A arca do peregrino
Para se festejar um novo livro de poemas, o apresentador deve se concentrar em dizer algo sobretudo a respeito do poeta, porque quem apresenta uma coleção de poesias não deve falar nada de definitivo sobre elas, já que essa avaliação pertence somente às pessoas que as lerão, nas intransferíveis condições de suas próprias percepções individuais, nos seus termos subjetivos de tempo e de lugar.
A poesia é para emocionar, fazer o leitor reviver situações importantes do seu passado, retidas na sua consciência, projetar-lhe estados emotivos que serão sentidos com a sua imaginação e/ou conduzi-los à admiração pela sensibilidade de quem escreve, cruzada com a indispensável sensibilidade de quem lê e medita.
Pensando assim, o poeta Napoleão Maia Filho dispõe de um vasto e riquíssimo acervo de emoções e experiências que o podem levar a produzir poemas da mais alta qualidade poética, com uma constância realmente invulgar; essa qualidade nos escritos da sua lavra é uma nota insistente, do mesmo modo que é insistente a sua temática, ou seja, a sua concentração nas ideias e inspirações que lhe vêm do seu amor romântico e infeliz, quase que se contrapondo a uma outra forma de amor, o triunfante e efetivamente possessivo ou efetivamente possuidor do seu objeto.
Dados do Livro
AUTOR: Napoleão Maia Filho
PÁGINAS: 128
ANO: 2001
VALOR: R$ 33,00